O PROFESSOR - PARTE 1

"O PROFESSOR ME ENSINOU FAZER UMA CARTA DE AMOR..."

Quinze de Outubro. Sempre quando esta data se aproxima, tento, de alguma forma, responder à seguinte pergunta: "O que é ser Professor?". E então, em partes, chego a uma conclusão. Mas a cada ano, minha concepção muda e passo a transmitir uma nova definição, diferente (porém não contrária) àquela anterior. Torna-se tão difícil quanto dizer, "Quem somos?" ou "Quem sou?" quando nos questionam. Difícil, pelo fato de se vivenciar situações tão extremas e tão complexas durante um mesmo ano ou de um ano ao outro.

Este ano, novamente, tentei responder a esta pergunta. E aí, foi fácil? Foi. Foi simples? Foi. Para mim, foi.... Tem certas perguntas em que as respostas não vem em palavras, mas em gestos: demontrações das mais variadas e em momentos mais inesperados que se possa imaginar!(Ulalá). Entretanto, o simples fato de ser lembrado, torna-se um elo entre o SER e o ESTAR professor.

Acredito que o ESTAR me faz ser o professor e a pessoa,(que separa as duas coisas e que pode ter a sua vida "fora do trabalho"). Já o SER...é quando você é assim desde sempre: você É menino ou você É menina e pronto! Assim que  ENTENDI e assim que APRENDI...com o meu professor, ou melhor, com a minha professora!

Muitas pessoas "deletam" de suas vidas aquilo que aprenderam ou tiveram a oportunidade de aprender com seus professores. Não o conteúdo propriamente dito das disciplinas, mas o conhecimento da vida e para a vida, das experiências, dos conselhos - uma das principais apostas da educação: a CIDADANIA (coisa ainda remota de se atingir na maioria das escolas). Contudo, tornou-se um exercício constante o desrespeito dos alunos por seus professores (não generalizando, mas, infelizmente, é quase um Todo). Uma classe que trava uma luta por melhores salários, está aí tendo que ENCARAR ofensas verbais e BRUTAIS.

Quando iniciei nesta profissão, mal tinha noção que isso acontecia MESMO com os professores. Uma coisa é achar, outra coisa é ver, e outra é vivenciar...Já fui ofendido? Sim. Já fui agredido? Não.

Eu trabalho fazendo aquilo que acredito, fazendo aquilo que aposto. Existem erros e acertos, porém, atitudes e RESULTADOS. E os erros não precisam ser camuflados e sim, reciclados, reaproveitados, pois é assim que temos um aprendizado, tendo erros e acertos como "fonte de dados".

Nesta trajetória encontamos colegas que nos apóiam e outros que nos "ignoram", pois a busca pelo novo dá trabalho, a busca pelo novo incomoda. Mais fácil ficar 'relaxado' com seu plano de aula intocável e obsoleto (porém cômodo), que ficar horas ou dias pesquisando ou discutindo novos projetos (e pondo-os em prática!). Aí, não adianta jogar toda a "culpa" da falta de qualidade no ensino ao Governo, quando falta, ainda, a atitude profissional (e também ética)  de muitos professores.

Cada um procura o seu caminho e pode fazer dele longo e promissor, ou simples e curto, porém, cheio de tortuosidades. Opções existem e cabe a cada um de nós escolher uma. Foi assim que entendi e foi assim que aprendi...com o meu professor!