O texto que ainda não escrevi...

 

por Marcelo Moraes

...mas que...esqueci...publiquei!

 
Parágrafo 1. Queria contar a mim mesmo, mas não podia. Estava preso em meu próprio segredo. Um sopro interior me calava ao mesmo tempo em que a sede de dizer, me prendia. Dizer a primeira palavra, a primeira frase, a primeira linha...

Parágrafo 2. Não me permitirei mais dizer qualquer introdução. Resta-me, daqui para frente, relatar todo o procedimento utilizado para não dizer nada ainda, apenas reservar (o que era algo injusto até comigo mesmo) a minha curiosidade em saber aquilo que nem eu mesmo poderia dizer. O que estaria escondendo de mim? E este segredo que nem eu mesmo ainda poderia me contar, como saber o que seria?

    



Parágrafo 3. Os resultados, isso, era o que eu precisava ver para saber o  teor deste segredo: muitos, poucos, não importa, resultou de quê, de quem ou de onde? Será que já posso saber?




Parágrafo 4. O calafrio. Minha espinha, meus nervos, meus músculos, minha pele...todo o corpo agora  sincronizando emoções confusas e excitantes funde-se numa só sensação, a ansiedade: forte, motivadora, corajosa, compulsiva... É esta a sensação que me vem quando estamos próximos de uma novidade, de uma revelação... Será?




Parágrafo 5. Pensar em alguma frase conclusiva ou alguma consideração  final. Deixar o texto com aquele teor de "quero mais" ou "o que será que vem depois?", nem que para isso eu discorra algumas palavras ácidas, "meigas", frias ou alegres: vale que sejam inesquecíveis aos olhos dos que sonham e às mentes dos que  em mim, creem.

Anexo: incluir uma trilha sonora de brinde ou um áudiobook. Talvez.

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