Por que você tem um blog?

por Marcelo Moraes

Blogagem Coletiva do Fio de Ariadne

 

Já falou com alguém que não dava valor ao que você falava? Procurou discutir um assunto, mas nem todos alimentavam esta discussão? Quis interagir com alguém que nem sempre estava próximo de ti? Cansou de ficar ouvindo “tá bom, tá, tá, tá...” quando deixava suas opiniões ou contava alguma coisa? Ficou com a sensação de que contou aquilo à pessoa errada? Tem ideias em mente e busca uma forma de dizê-las ou colocá-las em prática? Se a resposta foi SIM, então, está na hora de admitir: você precisa de um blog!

 
Quer uma situação mais desagradável que querer contar algo e as pessoas ao seu redor fazerem aquela cara de “que saco, dá pra resumir?” só para não ter o trabalho de discutir um assunto (lê-se: ter que se informar, pensar...) contigo e, a partir daí, ficar fazendo a política da boa vizinhança para achar que você (e ela) não tem conteúdo para conversar (e não fofocar)? Mas se você muda de assunto e começa a falar da vida alheia, você é todo ouvidos a elas... Fazemos tanta coisa no nosso dia-a-dia, que mesmo na correria, o fato de poder interagir com as pessoas (no trabalho ou fora dele) torna-se algo fundamental e necessário entre nós (pelo menos a mim), pois é aquele momento em que você sente que não está só neste mundo; e sempre procuramos isso falando com colegas de trabalho, parentes e amigos, porém, como já fora abordado no Abrazar La Vida (ALV), às vezes nos enganamos com certas amizades ou fazemos parte de uma armadilha fatal: a fofoca. De repente, pessoas começam a falar de ti como se tivessem feito uma busca no Google, porém os dados foram todos coletados no Status offline, e aquilo que seria uma forma de interação ou confiança sua com alguém, passa a ser um motivo para que as mesmas sintam-se renovadas com o vírus que se replica a cada novo falar da vida dos outros (e torcer para que tenham desgraças) acontece dentro de si. Mas a gente aprende (e continua aprendendo), que o melhor anti-corpo para isso é desviando-se deste caminho, ou, então, criando um novo.

E foi aí que entrou o Blog!

Há alguns anos sei o que é blog, já cheguei a criar um também (do “kit.net” - nem sei se existe isso ainda..rss), mas não tinha a menor das afinidades com ele e por isso nem fui além do cadastro inicial (nossa, como faz tempo!) Um “contato amigo” que é blogueiro já havia me falado para criar um blog e eu sempre evitando, por achar que eu não tinha jeito pra coisa; que não teria assunto com frequência; paciência para mantê-lo atualizado; e se dedicar como ele se dedica e bla bla bla... E por um tempo fiquei nesse lenga-lenga... De repente surge aquela “pulguinha atrás da orelha” e resolvo fazer um teste. Então, passei a explorar o Live Spaces (LS), em março de 2008, e aplicar o pouco do que já sabia de HTML e edição de textos/ imagens. Fiz algumas postagens sem um foco e sem aquela preocupação com o que é certo ou errado na rede, em termos de direitos e linkagens de textos e imagens. Depois que postava um texto, falava para os meus contatos do msn sobre o blog e sempre tinha (às vezes ainda tenho) que explicar o que era (ou é) aquilo (respiro fundo e mentalizo: muita calma nesta hora!) E foi uma prova de que, realmente, aquele não é um bom lugar de interação na internet, pois as pessoas só associam como “pacote” do Windows Live, o msn e o hotmail, e mais nada. E eu continuei a postar por lá (e procurando por dicas em blogs do próprio Windows Live), mesmo não tendo ninguém (ou quase ninguém) visualizando aquilo. Enquanto isso, já visitava alguns blogs alheios ao Live Spaces e notava a diferença ente os dois endereços: Blogger e Windows. Pois naquele as pessoas viam, se conheciam e comentavam! Aí falei aquela frase nada básica e original: “vou criar uma conta no blogger!”. E foi o que aconteceu no dia 21 de agosto de 2008. A escolha do nome e do endereço não foi problema, pois já fazia parte da minha rotina de pensamentos, mas como já havia o registro de abrazarlavida, então utilizei o digitaqueeuteleio, que é uma “alusão” ao programa Fala que eu te escuto da Rede Record, que vez ou outra eu via quando o sono se ia pela noite afora (fora do meu corpo). E não precisou de muito esforço para que o blog preenchesse este momento insônia que depois virou tempestade de ideias. Não, eu não sofro de insônia e nem sou adepto a esta religião, mas às vezes não há sono naquela hora ou ele demora para vir... E quem é curioso não dispensa nada de bom ou de ruim na tv para ter algo a discutir depois… Tô certo, ou tô errado? rss

E o que eu quis quero com a criação do blog?

Fato: desviar seres impensantes, vazios e insignificantes que se faziam “presentes” em meu espaço real (meta atingida) e virtual (com a minha saída do orkut). O que veio depois, foi uma consequência e não um objetivo inicial, que foi é trabalhar a escrita, ideias, conhecer mais o universo virtual e da blogosfera, e interagir com novas pessoas, o que aconteceu (e acontece) desde então. Antes do ALV, criei o Turma de Jardinagem (TJ), mais focado pro lado profissional, mas naquele período (início de 2008) ainda com pouca intimidade com blogs, não me rendeu ir em frente com ele, então fiz uma pausa estratégica e passei a “investir” aqui, para servir de laboratório. No fim, fui me instalando e me adaptando além do esperado e o TJ continuou hibernando. Entretanto, ao abrir recentemente as janelas do TJ para entrar um pouco de ar, descobri (googlemente falando) que o mesmo continua recebendo visitas frequentes: muito curioso isso! Seria a hora de voltar? Talvez… Em julho de 2009, senti, novamente, a tal pulguinha atrás da orelha e criei o Dicas de Bio, para abordar assuntos ligados à biologia e educação, para separar os temas que também são do meu interesse e não sair do foco do meu blog, que é pessoal (pelo menos é o que parece...rss). Diferente do TJ, o recém-nascido já vem com todo o aprendizado adquirido com o ALV e tem um foco e conteúdo para dar continuidade, sem os obstáculos que antes eu enfrentava. Tudo isso para mim é muito bom, é um período que você se identifica e nota que é um investimento para si e para os outros. São horas se dedicando em aprender, testar e colher os frutos desta empreitada. Inicialmente, no ALV, eu migrava algumas postagens do Live Spaces e ia intercalando com algumas novas, até que passei a postar todas exclusivamente daqui, sem mais utilizar as do LS. Hoje sei que o blog tem uma identidade, uma forma de dizer e pensar e não passa despercebido como o primogênito Live Spaces. Nunca disse que queria o contrário por aqui. Isso não quer dizer que a primeira postagem seja a mais marcante por ser a primeira, porque não é. Tantas são as especiais que vieram depois, e que já contém o meu DNA incrustado nelas. Este blog é um treino de ideias e opiniões e este post é um dos resultados desta interação que faço com quem por aqui passa, ou mesmo por onde eu passo. Mas como temos que dosar o mundo real e o virtual, então tenho que caminhar mais lentamente por aqui, já que o meu ganha-pão ainda se dá pelo mundo real.

E o que me faz prosseguir no Abrazar La Vida?

Saber que fiz uma escolha certa! Simples, assim.

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