Tentando ver o lado bom...
por Marcelo Moraes
...Da TV aberta
Apertei o botão LIGA, não selecionei ao certo o canal e nem sabia os horários das programações. Começo a ver o que se passa sem muito notar. É começo do dia e nada mudou neste horário. Cochilo. Durmo. Mais tarde, acordo. Lembrei que é horário de almoço. Almoço. A tevê pede para ser ligada. Ligo-a. Já não entendo o que ocorre: quem era do canal xis está no ypsulon, e quem era do “a” voltou pro “b”. Caramba, hora de atualizar as informações!
Quero ver Faustão, quero ver Gugu, só pra ver o que que dá!
Sim, eu já sabia que rolavam umas mudanças na tv, pois tanto na internet como nas rádios, o fuxico era o assunto do momento. Nas bancas também. Tá, eu vi as manchetes e até uns fofoqueiros de plantão, e isso já me foi suficiente. Mas ao ligar a tv, a sensação de estranheza é tamanha, pois desde muito tempo nos acostumamos a ver e saber que determinados programas e apresentadores são do programa Xis, do canal Xis! Assim, as nossas reclamações acerca deles não mudavam também durante estes anos. Mas, para não ser um mero reclamante telespectador sobre estes programas, tentei assiti-los sob uma nova ótica de programação.
Fora da TV não muda muita coisa...
Quem é que vai dizer que NUNCA teve queixas de nada no seu trabalho, tanto de colegas, do próprio trabalho e do seu salário? Quem não teria exemplos para mostrar de pessoas que têm baixo rendimento profissional quando se deparam com problemas neste ambiente? Não é nenhuma aula de economia, mas muita coisa está ligada àquilo que chamamos de “ganha-pão” todo mês. Dependemos dele pra muita coisa (ou seria pra tudo, hoje em dia?), e nestas horas, há quem diga: “Se eu pudesse mudar de profissão”... “A primeira oportunidade que me surgir, eu vazo daqui”... “Se pelo menos eu ganhasse um pouco mais, a coisa seria melhor por aqui”... e piriri e pororó... Dificilmente teria algum cidadão BRASILEIRO que diria que a vida é bela e perfeita (em todos os aspectos). E aí começo a fazer a minha avaliação frente à tv: ver como estes “novos” contratados se portavam diante do novo horário e espaço.
Caracterizar cada apresentador não mudaria em nada para mim, pois já sabemos como é cada um, mas o que um algo mais em suas vidas pode ocasionar, aí sim, acho válido. Nossas contas bancárias frente às deles é motivo de piada (Claro, claro, claro!!!), mas deixando isso de lado o fato de sermos rondados para um novo trabalho, isso podemos discutir. Todos têm ou terão situações semelhantes nesta vida, e nada é tão bom quanto receber uma ligação para uma nova proposta de trabalho! E bota BÃO nisso! Não cheguei a ver todos os novos (ou antigos) programas na íntegra, mesmo porque, não tenho este hábito e não consigo ficar atento a somente um programa deste gênero (faço jus ao uso do controle remoto), mas como os horários mudaram drasticamente (e respectivamente aos apresentadores), fiz um bem bolado do que vi até então.
Os MUTANTES
Eliana: É uma cria do SBT, que mostrava os dedinhos decorados com bonequinhos ao som daquela canção super “original”: “Polegares, polegares, onde estão? Aqui estão!”... Salta para a Record, recebe mais espaço e amadurece como apresentadora (mudando apenas a fala de menininha com 20 anos na cara). Cansou dos dedinhos com bichinhos e substituiu por alianças e esmaltes: intitulou-se apresentadora de programa pra família. O que lhe rendeu este novo espaço na casa do Seu Silvio, em 2009. Seu programa mudou de horário (foi para o “nobre do pobre”), mas manteve o estilo robô Barbie de apresentar, com seu sorriso mecanicamente calculado (e talvez pouca coisa mudou além disso e do cenário). Continuará com suas sessões de plásticas e aplicações pelo corpo para ficar esteticamente bem na tv. Horário: todo domingo às 15 h.
Justus: Pelo que parece, enquanto não está com algum programa, deve ter alguma ligação com o novo slogan da emissora: “A TV mais feliz do Brasil” Ahan, tá bom, Bial, canta comigo: “Todo mundo tá feliz? Tá feliS! Todo mundo quer dançar? Quer dançar!”... Mas será que todo mundo vai pedir bis?? Vamos ver! Sem contar que este raio de slogan está espalhado nas páginas das revistas QUEM e Caras da vida, também! Mas, mesmo assim, está mostrando que já faz algo na nova casa e seu novo programa tem um nome bem oportuno ao que faz ou procura fazer: Um contra Cem.
Gugu: De todos, o que mais me agradou. Trouxe um cutucão a mais às emissoras do horário nobre (da noite) e está trazendo um olhar de maior satisfação pelo novo salto em sua carreira que os demais. O programa traz um misto do que faz sucesso em outros programas (óbvio do óbvio), mas mostrou que pode acontecer um novo “show da vida” para o grande público. #issomesmobial Até eu poderei me incluir aí! #prontofalei. Isto é FAN-TÁS-TI-CO!
Netinho de Paula: passo a vez de comentá-lo, pois passei a vez de assisti-lo. É um programa para quem, afinal???? Pra ele ou para os “mano”?? “Da gente” que não é!
Os MUTANTES-FICANTES
Ana Hickman: Tenta ser alguém que não é para aquele programa. Tem uma certa habilidade para apresentar, mas seria melhor mudar o formato do programa para ela. Eliana consegue fazer melhor. Continua com a forma do “Hoje em dia” em suas atitudes. Pelo visto, nunca mais falará de moda, que foi como ela começou na tv. Ou será que Tudo é Possível?
Celso Portiolli: Sempre admirei seu esforço, mas nunca lhe fora dado um espaço correto para se desenvolver, por isso, pouco evoluiu nesta emissora (e não surgiu propostas de outras). Estar neste “novo” programa é uma forma de reconhecimento ou somente para “preencher um espaço vazio”? #dúvida
Rodrigo Faro: já há mais tempo dentre os “novos contratados” da tv, ocupou um lugar que não era o seu. Tem resistido ao tempo para fazer daquele programa, o seu programa. Mas com a chegada do Ídolos, parece que está mais seguro neste do que no já conhecido “Melhor do Brasil”. Enquanto Rodrigo Faro tenta ser apresentador, Márcio Garcia tenta lembrar como é ser ator kkkk
Os FICANTES
Faustão: com o auge da sua cirurgia divulgada na mídia, não se abala com mais nada. Sabe que a vida está garantida, então só tocou o seu mais do mesmo de sempre (sessão redundância).
Silvio Santos: Difícil saber se o apelo está maior como apresentador ou como empresário. Mudou novamente a grade de horário (quem é que se admira com isso ainda?), mas as novas contratações não lhe trouxeram a mesma carga de adrenalina que o ex-funcionário lhe proporcionou, na emissora do Bispo. Falta só ele criar um “A noite é uma criança” também, pra ocupar as madrugadas do SBT. Às 23 h Gugu estava firme e forte no ar... e Seo Silvio também... Ai ai ai, ui ui ui!!! kkkk
Adriane Galisteu: depois da sessão rodízio de emissora, passou ao rodízio de horários. Por mais que tenha altos e baixos, nunca fica sem emprego (e programa). E toda vez que acredita estar com o programa certo ou na emissora certa, surge um novo “pepino”: um infeliz nome de programa que não pode mudar de dia! Toda Sexta já faz parte dos programas de final de semana, é ao vivo, passa tarde e bem na hora que toda a galera e prováveis entrevistados estão firmes e fortes na balada! Só falta rolar uma sexta-feira 13 pra completar a noite
Mas onde está o lado bom?
No valor profissional de cada um. Se o que mais as pessoas fazem é criticar a programação, a minha ótica vai para o ser humano que ali está para mostrar o que temos a oferecer (de bom ou ruim). Todos eles tiveram um início tortuoso em suas carreiras e hoje são disputados por luzes bem valiosas das emissoras mais badaladas da TV Brasileira. Pessoas, que assim como nós, um dia achavam que nada melhoraria tanto em suas vidas, mas que continuavam (e continuam) seguindo em frente e alimentando o sonho de dias melhores. E no decorrer do tempo (e que tempo!), as coisas foram acontecendo. Hoje, eles decidem o que querem fazer, o espaço que querem ocupar e o valor que querem ganhar! São patrões do próprio patrão! Não é bem assim que as coisas acontecem em nossas vidas fora da TV, mas tirando como exemplo estas e outras histórias de apresentadores (uma profissão que admiro por demais), podemos sim mostrar o nosso valor, fazendo aquilo que acreditamos e que sabemos que podemos fazer cada dia melhor. E mostrar que bons profissionais não são substituíveis como se imagina. O espaço que ocupamos é nosso e ninguém pode tirar. A nossa marca está lá, como tatuagem, cicatriz ou digitais... O nosso dia chega, cedo ou tarde, chega. Mas para isso, temos que TRA-BA-LHAR! E para quem reclama (ou só reclama) de trabalho (ou muito trabalho), eu sempre digo: trabalho que não dá trabalho, não é trabalho, é uma ajuda... E quem só vive de ajuda, vira mendigo...
Embora cada apresentador ou apresentadora tenha uma característica que nos agrade ou não, cada um, da sua forma, conquistou o seu espaço, adquiriu o seu público. E é assim que muitas vezes conquistamos mais um salto em nossas carreiras: tendo sempre um público que nos admira e nos recomenda! Você já foi indicado por alguém para um trabalho? E você, já indicou alguém também? Se a resposta foi sim, então o recado foi dado. Meu domingo (e sábado também) frente à TV aberta até que não foi tão traumatizante como eu esperava...estava diante de um novo mundo de entretenimento. E que ocupou meu dia inteiro (de descanso) de análise... A minha estranheza só seria maior se diante de tantas mudanças ocorridas eu não tivesse mudado minha ótica de avaliação, e não tivesse motivos para dizer que este foi, para mim, mais um “Domingo Legal” - com ou sem Gugu no final.
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Sabe que essa semana eu estava conversando sobre esse seu tema de hoje, com o Ricardo, alguns apresentadores que vc citou eu gosto bastante, mas acho que outros (Como Gugu e Faustão - principalmente) já passaram do prazo de validade. Mesmo assim todos eles tanto os bons como os ruins tem a mesma receita de bolo para o programa.
ResponderExcluirAmigo! uhu quanta insipiração e como sabe bem falar de qualquer assunto né?
ResponderExcluirA gente acaba se acostumando com as programações e com cada artista, ainda não curti muito as mudanças.
Achei interessante a análise que fez no final, puxando para nossa realidade, nos fazendo refletir, sobre nossa vida!
Parabéns pela inteligência.
Bjos
Cris
Marcelo, adorei este post. Sabe, ultimamente tenho sido refém de meu filho quando ele está por perto, monopolizou alguns canais da parabólica (Futura, Tv escola e Cultura), especialmente, horários com desenhos, claro(kkkk!), e o "pior"(melhor)de tudo é que eu acabo concordando em assistir junto ou fazer outras coisas porque sei que são desenhos e programas direcionados e mais educativos: até Vila Sésamo que eu nunca tinha visto e só ouvia falar que era do tempo da vovó(rs),gostei! E, sinceramente, a tv aberta poderia oferecer coisas mais educativas que hoje eu vejo nesses canais e acabei me tornando até mais crítica em relação aos programas e certos desenhos (ditos infantis: Bob esponja, Simpsons? Não gosto que meu baixinho assista, o conteúdo soa adulto demais pra idade dele).
ResponderExcluirAté então (só com acesso à tv aberta)eu não via tantos problemas, agora, não consigo sintonizar com tanta frequência os canais que supriam minhas necessidades, resultado: quando a gente começa a ver o mundo com "outros olhos", certas coisas tornam-se banais e outras até nocivas. Nunca fui dada aos programas de domingo, mas, espero que além dessas mudanças de apresentadores e horários, pautem-se,sobretudo, por bons conteúdos, afinal, a população merece esse respeito. Curto mais um dvd nos fins de semana (nem que seja de desenho da criança!rs - às vezes, a disputa é grande pelo controle aqui...kkkk!).
Meu comentário ficou enoooorme...rs, porém, o assunto vale a pena!
Aproveito para dizer que tem selinho pra ti, ok? Postei todos os que ganhei de você. Adorei! Bjins e até!