Orkut invade o Hopi Hari! #fato

por Marcelo Moraes

Para quem acha que o orkut só tem dominado a rede…

É isso mesmo o que você leu: Orkut invade o Hopi Hari! Aquele parque que anos passados dizíamos ser o parque mais divertido, mais bacana, mais agradável para se levar uma família ou um grupo de amigos não é mais o mesmo. Aquele parque que você ficava até uma hora ou mais em certos brinquedos, mas ao sair deles tinha a sensação de satisfação e compensação pela espera, foi-se também. Sentar numa mesinha bacana para almoçar e curtir a paisagem, ficará na memória. O que antes era bom, não mais melhorou. O que não se via de ruim, agora se faz o atrativo do local: pessoas, sujeira e desrespeito. Fui para a Hora do Horror mas o terror não estava exatamente na hora do evento e sim durante todo o dia de vai-e-vem naquele parque. Para quem já foi, sabe: Hopi Hari é um parque longe. Hopi Hari é um parque caro. Hopi Hari é um lugar diferente, que realmente faz ser um dia de passeio bacana. Isso eu dizia tempos atrás, pois hoje, o tempo verbal mudou e tudo o que “é”, virou “foi”, o que “faz ser”, “fazia ser”... mas há quem me diga o contrário. Claro!

Novidade? Não, nenhuma...

A começar pela chegada. Você entra e tem que passar pela revista das mochilas (ok, normal isso), que para alguns a revista é minuciosa, enquanto que para outros altamente superficial (como foi no meu caso). Em seguida tem o detector de metais, onde vejo uma pessoa passar e o sinal tocar e NINGUÉM do parque por perto para verificar. Segurança total isso, hein? Vamos entrar, então, é Hora do Horror, de repente o parque só estava “entrando no clima” da brincadeira... #G-Zus

Lá dentro, pessoas. Pessoas e mais pessoas.... Mas que tipo de pessoas são essas? Os amigos que me acompanhavam faziam a mesma pergunta um para o outro (a Juliana estava lá e está aqui para não me deixar mentir). Cadê aquelas famílias com as três gerações (pai, filho e netos) que eram comuns nas últimas vezes em que eu fui para lá? Os grupos de pessoas com excursões vindas do interior, com aquele ar de alegria por estar naquele passeio? A pergunta continua no ar...

Ou não? 


Miguxos e mais miguxos... Não, eu me enganei, peraí, vou recomeçar: MhIGhUxxUxxxs e maixxx mhiguxUxxs... E o kit veio completo: espinhas, aparelhos dentais muilticoloridos, cabelos EMOlsificados, EMOcoloridos (e EMOfedidos também) e rostos EMOmaquiados. E aquelas mãos EMOsujas? Na hora pensei: Por que que justo hoje esqueço o meu álcool gel? É que a “Lei de Murphy” nunca me abandona - respondi a mim mesmo -  então nem esquentei (mas pelo parque encontrei o álcool e aí fiz a minha parte). Já estávamos lá, o desafio não era mais vencer as longas filas, era de encará-los por todo o canto do parque. E assim foi durante aquele dia: as filas longas e os miguxus nada lindos na frente e atrás de nós, comendo salgadinhos (de queijo, claro, nem precisava dizer), pipoca, leite condensado na caixinha, tomando iogurte, refrigerante (água virou ET por lá), e da cerveja e cigarro rolando soltos entre a “garotada”.


Mas e a noite, como foi? 

Quando chegou a noite, a Hora do Horror, graças ao bom Deus, foi a balança compensadora daquilo tudo, pois foi deveras divertido ver aqueles “monstos” nos encarando para tomarmos sustos e mais sustos (e banhos de água também). Valeu esperar para ver todas aquelas atrações de “horror”.



E tá reclamando do quê?

Não estou aqui para tirar o gosto de ninguém, pois todos têm o direito de curtir o seu dia da forma que lhe convém, nem para dizer que sou melhor que os “outros”, mas se vou para um local de diversão, meu foco é me divertir e o mesmo com quem está comigo. Mas chegar num lugar que antes tinha funcionários espalhados por todos os lugares organizando os jardins, varrendo os corredores e limpando as lixeiras e se depara com a total ausência destes serviços, me fez constatar algumas coisas:

- Pessoas decentes sabem quando estão sendo bem tratadas e pagam bem para manter este bom tratamento. Como? Voltando sempre, ou mais vezes ao local.

- A falta destes funcionários pelo parque indica corte de gastos e mostra que o parque AINDA não está com a bola toda que aparenta estar. Ele teve seus picos de sucesso, mas chegou a ficar na corda bamba também, e o resultado disso foi ter que ampliar pontos de venda e FACILITAR o pagamento. Para quem compra numa “Casas Bahia” da vida e paga em prestações a perder de vista qualquer coisa, por que não fazer o mesmo com um passaporte?
- Os funcionários são condicionados a dizer “proibido entrar com isso ou aquilo”, mas pelo parque o “isso e aquilo” está estocado para a venda nas lojas do local;
- Limpar banheiro pra quê, se porcos vivem em chiqueiros?
- Sei o valor do meu trabalho e o quanto é suado receber cada tostão que ganho, e quando vejo um bando de miguxus com aparelhos celulares mais avançados que o meu “anos-luz”, fico mais inconformado em saber que estas criaturas podem ter a melhor tecnologia e a pior das práticas da educação. E ainda culpam os professores? Professores não compram iPod e celulares de última geração para os seus alunos, que eu saiba. Se algum faz isso, é professor sem diploma!
- Este público que passa a frequentar o parque, vai para lá, não para se divertir, mas para se exibir perante o seu bando, para entupir os álbuns do orkut com parte das poses indecentes que os pais não viram pelo parque (e que nós vimos). A comunicação vem em forma de flash, com as melhores câmeras digitais do mercado para amadores. Em outras palavras, melhores que a minha!
- Pessoas decentes que retornam ao parque e encontram este novo público, sentem-se no direito de dizer: Não venho mais aqui ou não volto tão cedo! Se não tivesse a companhia dos amigos (para valer cada risada que demos), aquele dia teria sido sim um Horror!

Um dos slogans do parque é: “O país mais divertido DO-MUN-DO!!”

Para quem acredita, eh xoh xEhGaHHHH, iNtHaUm...
bjxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Pipocas no chão do Hopi Hari: lixeiras para quê?

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