Previsões Googlelógicas #copa2010
por Marcelo Moraes
A programação da Copa do Mundo 2010 começa. Pessoas dizem tudo o que querem que aconteça com o seu time favorito. Compram comidas, bebidas, enfeitam suas ruas, casas, corpos, cachorros, periquitos e o que mais tiver pela frente para deixar um verde e amarelo por aí. Uns exageram, outros não. Fazem uma programação de tempo para saber quantos dias não terão que trabalhar para torcer por seu time (se ele for ganhando em cada rodada). Ver com quem poderão assistir ou combinar uma reunião com um grupo de última hora.
Pessoas que terão que prosseguir com o seu trabalho, discutem a ira por não poder “folgar” para ver o seu time. Tevês ajustadas no canal preferido para a melhor transmissão (seguindo o gosto do freguês) e a lista com os horários de cada jogo sempre por perto. A busca por figurinhas já começa a ficar em segundo plano, e os jornais já aproveitam o momento para lançar os CARDS que o Álbum não lançou!E chega o dia do seu time jogar. Ele joga, ele ganha. Antes disso, as pessoas dirigem-se precocemente às suas casas como se estivessem em uma São Silvestre. E o trânsito, num horário que seria tranquilo, parece o de pico. Durante o jogo, pessoas que não assistem ao seu time jogar dividem-se entre outras tarefas ou ações. Pela internet, pesquiso por imagens sobre a Copa e sobre o seu time. Encontro muito mais que imagens, mas uma série de textos em outros blogs direcionados por elas e o que vejo vai além do que eu, particularmente, buscava: de que Futebol não é uma paixão nacional”! Enquanto “o Brasil inteiro” grita “Vai, Brasil!!!”, outros “do Brasil inteiro” dizem “Cala a boca, Galvão!”, literalmente.
Leituras de textos, comentários e conversas aleatórias só me mostram o que não é novidade: que este país não respeita as diferenças. Você pode desgostar de qualquer coisa, desde que não seja Futebol. Pode criticar ou mesmo soltar a voz contra qualquer coisa, desde que não seja Futebol. Se fizer o contrário, bum!!! O mundo desaba...mas não para mim. Então você deixa um comentário a alguém que compartilha do seu ponto de vista, e vem outro alguém e diz: “Política, opção sexual, futebol e religião, não se discute”, e logo em seguida começa o seu discurso falando do seu time. Tempos depois, outro comentário da mesma pessoa, e completando o anterior. É, não se discute, desde que não seja Futebol, pois este sim, se discute. Neste meio tempo, o jogo prossegue, pessoas gritam, tocam cornetas, queimam fogos, aumentam o som da TV em pleno 2010, enquanto em minha pesquisa no google, uma previsão nada astrológica: a Copa de 2014. Aí chegam os textos de pessoas fazendo suas escalas e previsões ou impressões sobre a Copa que ainda virá, como se fossem candidatas a um cargo político com seus planos de governo.
“Cada macaco no seu galho!”
Não entendo este comportamento. Enquanto tanta gente fica aí levantando suas bandeiras a favor disso ou contra aquilo, as mesmas usam seus “discursos” para “atacar” quem não compartilha dos mesmos gostos esportivos. Digo que não entendo, porque é apenas uma questão de gosto, nada mais. Então desgostar de carnaval ou um estilo musical pode? Só tenho uma coisa a dizer: não sabem o significado da palavra respeito. Simplesmente isso. Tenho uma variedade de opções para me distrair, divertir e me informar durante esta saga futebolística que “o Brasil inteiro” tem “parado” para ver, que não me faz ficar nem um pouco entediado com esta torcida “organizada” (desde que eu não decida dormir neste horário, né?). Tenho tantas outras pessoas que desfrutam do mesmo jeito este tempo e não ficam aí discutindo o que o vizinho está vendo em sua TVLCD de trocentas prestações ainda a pagar. E é isso o que o google me mostra, que a paixão (ou o verbo apaixonar) pode ser nacional, mas que o gosto pelo esporte, não. Faço parte desta “nação” e nada demais faço além do que muitos (ou poucos em sua concepção) também fazem: compartilhar de opiniões ou impressões do que gostam ou não. Nem mais, nem menos, bem no estilo “Cada macaco no seu galho”. E nesta zapeada pelos sites apontados pelo google, as pessoas que comentam chegam para atacar e ofender o autor do post pelo simples fato de uma pessoa mostrar suas opiniões a respeito do que gosta ou não. E seus autores fazem isso em seus próprios espaços, não invadem e nem desrespeitam os do outro, que gosta. Podemos ser julgados como maduros ou imaturos em diversas ações que realizamos nesta vida, porém, isso não é o mesmo que ter respeito ou falta de, pois um ser imaturo, por exemplo, ainda testa e experimenta o seu significado, já o maduro pode utilizá-lo para o seu benefício, mas também usá-lo para o mal. E ele tem consciência disso. Então, a falta de respeito não deve ser associada a uma criança, por exemplo, que faz dos pais bitolados uma referência para “ofender”, no modo automático, o torcedor que torce contra o que os pais torcem, mas sim os próprios pais que passam aos seus filhos este mau exemplo que se segue... Com o tempo estes filhos perceberão (ou não) que estavam fazendo algo que vai contra suas regras de educação (ou não). São bem os tipos de pais que mal sabem o que seus filhos fazem ou aprontam na escola e decidem atacar o colégio por achar que o filho está certo. Fica claro que foi dele mesmo que o filho(ou a filha) tirou este mau exemplo apresentado!
É, realmente, é um país que não respeita as diferenças. Por isso, dizem que futebol não se discute, pois ele não está só no coração. Ele vai mais “além”...
Eu não discuto futebol, quem o discute é você! Eu não tenho time, quem o tem é você! Por isso, logo no início, você conferiu: “E chega o dia do seu time jogar”. ..
Daqui a alguns dias, novamente, o seu time vai jogar. E como algumas pessoas têm comentado, aproveito também para ressaltar: “Tomara que ganhe de novo, assim a gente vai sair mais cedo pra descansar”.
Na Copa 2010, o “jeitinho brasileiro” também torce com “a gente”!
Bora, Brasiiiiiiiiiiiiiiiiiil!!!!
RUMO AO HEPTA!!!!!! :D
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É verdade Marcelo,este país não respeita as diferenças. Por isso há tantas barbaridades por aí.Em todos os setores, seja no trânsito, no trabalho, nas escolas, enfim, em toda parte.
ResponderExcluirbj grande
Pois é Marcelo, muita gente afirma que não discute futebol mas sempre o faz, assim como muita gente que normalmente não está nem aí agora torce para que o Brasil vá o mais longe possível, para que se folgue mais.
ResponderExcluirAcho que estou na coluna do meio, exceto pelo Cala Boca Galvão.
Vc acredita que tinha gente reparando até minha forma discreta de torcer, no primeiro jogo do Brasil? incrivel, além de serem fanáticos esses torcedores querem que vc enlouqueça igual a eles... acho que vou encerrar miunha carreira de "não-apreciador-de-futebol-que-as-vezes-cede-a copa-do-mundo...
ResponderExcluirAbraço amigaõ!