Quem ajuda, atrapalha!
Está feliz com a sua vida? Ela está repleta de pessoas do “bem”? Está sempre recebendo palavras de “bom coração”? Você agradece todos os dias pelas pessoas que estão ao seu redor? Sempre diz que tem amigos para todas as horas? Compartilha frases de autoajuda sobre felicidade no facebook quando recebe de uma pessoa mais que especial? Cuidado, você pode estar se equivocando!
A lei da vida é assim: Você escuta, aprende, acredita, compartilha. Vai fazendo isso conforme o seu momento de satisfação. Brasileiro tem esta característica também: Querer, de alguma forma, o bem de alguém. Ou de outrem! Com esta demanda cada vez maior do uso das tecnologias da comunicação, nos tornamos pessoas mais “sociáveis”, temos condição de ir e vir com uma simples tecla ou toque do mouse para diversos lugares, para conhecer diversas pessoas, para se fazer de diversos “humores”. Você se conduz ou se deixa conduzir neste mundo digital. O que é real e o que é virtual, às vezes (e por muitas vezes) se confundem: sentimentos, objetivos, opiniões, por exemplo podem mudar por influência de um grupo o qual você passa a fazer parte (mas porque você o escolheu). Ou por sentir-se forçado a expor-se de uma forma mais desinibida que a de costume, pois ao cair na rede a tentação da exposição, de alguma forma, aumenta. Você começa a conhecer aquele seu ente, conhecido ou amigo de um jeito que não estava habituado: Descobre “segredos”, surpreende-se com certas palavras compartilhadas, aquele comportamento inimaginável dele, além também, do grupo com o qual ele faz parte. As pessoas comentam, ele responde, e tudo é “felicidade”. Tem amigos por perto sempre! Aí você percebe que pode fazer igual, resolve testar: coloca fotos, monta umas, tira outras e vai nutrindo a sua vitrine parcialmente real ao novo mundo do entretenimento: tentar ser sociável. E consegue, pois é tão fácil ser sociável na internet, que os outros, para se comoverem com suas histórias não movem muitos esforços: apenas repetem o que costumam “compartilhar” nos selos “milagrosos” muito mal escritos, pelo facebook. E a frase mais comum nos comentários dos mesmos não se perde: “O que precisar, pode contar comigo!”
Mas quando saímos deste quadro virtual, quem somos, afinal? O que queremos? Quem são as pessoas ao nosso redor? O que elas querem? Ou...
O que elas querem de nós?
Sim, cresci ouvindo que “Deus ajuda a quem cedo madruga!”. Mas e quando você madruga e Ele não ajuda? Ou quando a ajuda vai além do que Ele oferece?
Diante das dificuldades, é natural que cada pessoa comporte-se de maneiras diferentes: umas acabam expondo seus problemas a um grupo ou a algumas pessoas, outras calam-se e afastam-se dos mesmo para buscar uma solução para elas, e neste meio tempo você reza, torce, se esforça, busca, mas às vezes há pessoas que chegam até você. E o que elas querem?
Todo mundo, em algum momento da vida, já passou ou passa por isso, então, histórias não faltam para contar. Mas o tão contraditório disso tudo, é quando você começa a ver ou ouvir relatos de conhecidos contando o quanto ficaram desapontados diante de algumas ajudas oferecidas. Mas se ajudar, segundo o dicionário é “prestar socorro, assistência (a outrem ou si mesmo); auxiliar(-se)”, como sentir-se assim? Simples: quando a pessoa faz as coisas pensando na recompensa, no “querer de volta” o que ela te fez de “bom”!
Como assim? Ajuda e atrapalha?
Exatamente! Ou mais ou menos isso...Vejamos alguns exemplos: Ser demitido, mudar de cidade/lugar, quitar algumas contas atrasadas. Você comenta com um, o outro fica sabendo, alguém passa adiante, mas na hora do desespero alguém vem, lhe incentiva e lhe oferece uma ajuda:
Demissão: “Pode contar comigo para o que precisar! A qualquer hora!”
Mudança: “Vá(ou venha) mesmo que eu te dou uma ajuda no começo...”
Contas a pagar: “Eu te ajudo a pagar esta dívida: Quanto é?”
Num primeiro instante você pensa “Nossa, que bom saber que posso contar com estas pessoas!”, sente-se confortado com tamanha solidariedade (até emocionado, por que não?) dos mais próximos. Num segundo instante sente-se desconfortável em ter que aceitar a ajuda pois nunca tinha passado por algo parecido antes, mas aceita-a. E o tempo passa e você vê os problemas sendo resolvidos ou eliminados. O sentimento de satisfação e gratidão tornam-se inesquecíveis para com estas pessoas. E você sempre deixando isso claro.
Até que um dia...
Você descobre que está vivendo uma eterna Lei de Murphy: “O que é para dar errado, dará!” Começa a receber indiretas vindas de outras pessoas, pelas redes sociais e de uma forma tão desonesta que chega a chocar quem a recebe. Pois a pessoa que, até então, lhe ofereceu a ajuda passa a lhe cobrar por cada centavo “ajudado” como se ela tivesse feito um grande “favor”, de ter sido a “única” a lhe oferecer este “serviço” e que agora tem que devolver tudo o que ela “emprestou”! Detalhe: você não a procurou! Certas atitudes são suficientes para que passemos a avaliar realmente como são as pessoas ao nosso redor; quem são nossos amigos, quem são nossos entes queridos; em quem podemos confiar. Por isso não concordo plenamente com a afirmação de que “só quando estamos “doentes” ou passando por “dificuldades” que sabemos quem são os verdadeiros amigos ou em quem podemos confiar”, mas sim quando estamos bem também, quando damos a “volta por cima”.
Às vezes expomos nossas vidas (dificuldades, problemas) a quem, na verdade, apenas se beneficiará com tudo isso. Soa até como uma vingança enrustida. Ninguém que conheço é perfeito ou perfeita, muito menos eu, mas aqueles valores que adquirimos no decorrer da vida devem ser compartilhados. Desta forma, é mais zeloso você desconfiar de quem sempre lhe diz “Pode contar SEMPRE comigo”, pois na prática quem acaba mais lhe ajudando são aquelas pessoas que menos divulgam sobre a sua vida, que menos ficam lhe “bajulando” ou mostrando que tudo está perfeito e que ela é a melhor das “amigas” ou a companhia para todas as horas.
Aprendi que ajuda quando é oferecida, é como um presente, é de coração, é para ser uma lembrança, uma memória de alguém que lhe quer bem, de verdade. Que quando lhe é oferecida, não deve ser devolvida, mas que pode sim, ser compartilhada. Agora, se a ajuda é financeira, é necessário que tenhamos muita cautela na hora desta ajuda, pois muitas vezes nos deixamos levar pelo lado emocional das pessoas e esquecemo-nos do racional. Todo bom economista recomenda: Nunca peça dinheiro emprestado ou empreste para parente, às vezes para um amigo é mais seguro, mas em se tratando de dinheiro, melhor evitar, pois quando você menos esperar alguém que um dia lhe ajudou a sair do sufoco, poderá levá-lo de volta a ele. Por isso, se precisar de ajuda ou se decidir oferecê-la, que fique claro para ambos se é um empréstimo ou um presente, pois quando o assunto é dinheiro, certamente perceberá que quem vem para lhe ajudar, também virá para lhe atrapalhar!
Quando a ajuda te recompensa
Apesar destas adversidades, ainda podemos agradecer por termos aquelas pessoas que, realmente, podemos contar. E elas não mandam recados e tampouco dão indiretas, elas são os verdadeiros presentes que estão sempre presentes em nossas vidas. Podem ser amigos, parentes ou colegas, pois presentes não usam rótulos, mas o valor que eles nos deixam serve para a vida inteira: A confiança. Muita cautela com o que e para quem compartilha sua vida no facebook e não se comova com tudo o que todos postam. #ficaadica
AJUDE, se puder, mas não ofereça ajuda a quem não puder lhe “ajudar de volta”, se assim o quiser!
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